Estado
Indígenas e fazendeiros voltam a disputar terras e PM é acionada em Caarapó
Guarani-Kaiowá atearam fogo contra a sede e maquinários da fazenda
Naiara Camargo
Indígenas Guarani-Kaiowá e fazendeiros voltaram a brigar e disputar terras da Fazenda Ipuitã, na manhã deste sábado (25), na área rural de Caarapó.
Com isso, policiais militares do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) foram acionados para apaziguar os ânimos e restabelecer a ordem no local.
Conforme apurado pela reportagem, a Polícia Militar foi acionada para conter a ocupação de um grupo de indígenas armados que estava acessando a propriedade rural. Os Guarani-Kaiowá atearam fogo contra a sede e maquinários da fazenda.
Força Nacional de Segurança Pública e Corpo de Bombeiros Militar também deram apoio à ocorrência, com o objetivo de garantir a tranquilidade e ordem pública.
De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os povos originários tentavam retomar a Fazenda Ipuitã, sobreposta à Terra Indígena Guyraroká, em Caarapó (MS), quando foram barrados pelos policiais.
Segundo o Cimi, uma menina de 17 anos foi sequestrada e acabou sendo resgatada na sede da fazenda. Por isso, os Guarani e Kaiowá decidiram não mais sair do local.
“O ataque ainda não ocorreu porque a Força Nacional de Segurança Pública se interpôs entre os agentes do DOF e os indígenas. Um helicóptero passou a fazer manobras e a dar rasantes sobre os Guarani e Kaiowá. A Terra Indígena Guyraroká é uma terra declarada desde 2011 pelo Estado brasileiro. Além disso, desde 2018 os Guarani e Kaiowá fazem reiteradas denúncias às autoridades brasileiras”, afirmou o Conselho por meio de nota publicada nas redes sociais.
A PMMS afirmou, por meio de nota enviada à imprensa, que “reforça seu compromisso com a manutenção da ordem pública, a segurança da população e o cumprimento da lei, atuando sempre de forma técnica, legal e proporcional”.
Área rural do município de Caarapó é palco de dezenas de ataques e mortes, há décadas, em razão de conflitos agrários.