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MS já registra 923 mortes por infarto e casos superam metade do total do ano passado
Dourados Agora/Thiago Marques
De 1º de janeiro a 3 de setembro de 2025, Mato Grosso do Sul já contabiliza 923 mortes por infarto agudo do miocárdio e 450 por AVC (Acidente Vascular Cerebral), segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde. Os números revelam que, em apenas oito meses, o estado já superou a metade dos óbitos registrados em todo o ano de 2024, quando foram confirmadas 1.727 mortes por infarto e 737 por AVC.
O cenário acompanha uma tendência global. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, em 2022, cerca de 19,8 milhões de pessoas morreram em decorrência de doenças cardiovasculares, o que representou 32% de todas as mortes no planeta.
No Brasil, o Ministério da Saúde reforça que o infarto permanece como a principal causa de mortalidade. Apenas no primeiro semestre deste ano, o SUS (Sistema Único de Saúde) registrou 1,6 milhão de atendimentos ambulatoriais relacionados ao problema, além de 93,2 mil procedimentos hospitalares. Em 2024, foram 177,7 mil.
Os óbitos também impressionam: 94 mil em 2023 e 93,6 mil em 2024.
Entre 2023 e junho de 2025, o governo federal destinou R$ 949,2 milhões para atendimentos ligados ao AVC. Somente em 2024, foram 196,3 mil internações hospitalares e 1 milhão de atendimentos ambulatoriais. Os óbitos, no entanto, chamam a atenção: 33,7 mil em 2023 e 192,2 mil em 2024.
Especialistas reforçam que a identificação rápida é essencial para reduzir mortes. Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA (Organização Nacional de Acreditação), destacou que hospitais acreditados precisam adotar protocolos rigorosos, como o de dor torácica.
“A acreditação exige que o eletrocardiograma seja feito em até 10 minutos após a chegada do paciente com dor no peito. Essa medida simples salva vidas, porque garante decisões rápidas e eficazes', afirmou.
Segundo Lolato, hospitais acreditados também mantêm fluxos clínicos padronizados, uso de checklists e treinamentos frequentes das equipes multidisciplinares, o que aumenta a segurança do atendimento e reduz falhas de comunicação.