O secretário de Atenção Primária, Nésio Fernandes e o secretário de Atenção à Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba, realizaram uma visita técnica de trabalho nas aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados, na sexta-feira (16), às 9h.

O evento envolveu representantes de diversas instituições: Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), Governo de Mato Grosso do Sul, Prefeitura de Dourados, UFGD, FUNAI, SESAI, MPF, Defensoria, , Missão Caiuá, EMSI UBSI/SESAI, Conveniada, CONDISI, CLSI e Lideranças Indígenas. O principal objetivo da visita técnica foi conhecer a realidade das aldeias indígenas da região.

Na parte da manhã os integrantes conheceram  a estrutura e os atendimentos no Hospital e Maternidade Porta da Esperança - Missão Caiuá, UBS Guateka (Aldeia Jaguapiru) e UBS Jaguapiru. Após, foi realizada visita a uma moradia para verificar as condições, muitas vezes inadequada,  enfrentadas pelos povos indígenas na região. Em seguida o grupo se deslocou para Posto de Saúde Bororó 2 (Dr. Zelick Trajber) - Aldeia Bororó e Posto de Saúde Bororó 1 - Aldeia Bororó.

Na sequência, se dirigiram para as instalações da FUNAI para uma reunião de aproximadamente uma hora para ouvir as lideranças e suas reinvindicações de melhorias nas políticas públicas de atenção aos povos originários. O Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.  Ricardo Weibe Nascimento Costa,  e o Secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes de Medeiros Junior, utilizaram da palavra para acolher as demandas levantadas na reunião e se comprometeram a tratá-las junto às respectivas áreas no Ministério da Saúde.

No intervalo para o almoço, os integrantes do HU- UFGD-Ebserh e UFGD puderam explanar aos 2 Secretários do Ministério da Saúde sobre o funcionamento da Rede de Atenção à Saúde (RAS) na qual o hospital está inserido. “ Discutimos propostas de integração e fortalecimento do ensino e da assistência em saúde aos povos indígenas”, explica o Gerente de Atenção à Saúde, Tiago Amador Correi, que estava representando do superintendente, Dr. Hermeto Macario Amin Paschoalick.

No período vespertino o grupo se deslocou para o Salão do Tio Lico na aldeia indígena para uma reunião ampliada com intuito de ouvir lideranças, profissionais, moradores e usuários do sistema de saúde.

As propostas discutidas foram:

Possibilidade de criação de mais um DSEI, para contemplar o Cone Sul do Estado;

Revisão do Plano Nacional de Saúde Indígena;

Ampliação e reestruturação das UBS, com proposta de criação de uma UBS-Escola com parceria e apoio da UFGD e HUUFGD/Ebserh;

Melhoria das condições e otimização do Hospital e Maternidade Porta da Esperança - Missão Caiuá;

Investimento em saneamento básico (segurança hídrica e coleta de lixo);

Ampliação de oferta de vagas do programa mais médicos destinados para saúde indígena;

Ampliação de moradias nas aldeias (casas populares);

Valorização dos profissionais de saúde com possibilidade de aumento de benefícios e remuneração;

O evento foi encerrado no final da tarde, com o compromisso de novas agendas entre as instituições presentes para continuidade das propostas e ações necessárias objetivando melhoria da qualidade da assistência prestada aos povos indígenas.

Dourados possui a maior reserva indígena do país, com duas aldeias, criadas há 120 anos: Jaguapiru e Bororó, com mais de 24 mil indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena. Esses povos tradicionais vivem em uma área de 3,5 mil hectares.

Rede Ebserh

O HU-UFGD é um hospital de ensino. Desde setembro de 2013, está vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Ligada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Essas unidades hospitalares, que pertencem a universidades federais, têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.

Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.